Governo de SP Avalia Uso de Inteligência Artificial nas Escolas Estaduais

O governo de São Paulo está considerando a implementação de um projeto-piloto que utiliza inteligência artificial (IA) para atualizar o material didático digital nas escolas estaduais. A iniciativa visa aprimorar o conteúdo utilizado por professores do ensino fundamental (6º ao 9º ano) e do ensino médio, utilizando plataformas como o ChatGPT.

Objetivo do Projeto
De acordo com a Secretaria Estadual da Educação (SEE), o objetivo do projeto é “atualizar e aprimorar” o material didático existente. Isso inclui a inserção de novas atividades, exemplos práticos e informações adicionais que enriqueçam as explicações dos conceitos-chave de cada aula.

Processo de Revisão
O conteúdo gerado pela IA passará por um rigoroso processo de revisão. Inicialmente, os educadores revisarão o material em duas etapas. Em seguida, haverá revisões adicionais focadas em direitos autorais e design. Somente após essas etapas, o material será disponibilizado como uma versão atualizada das aulas.

Avaliação e Implementação
A SEE informou que o uso da tecnologia ainda está em fase de avaliação. O projeto-piloto será testado e passará por todas as etapas de validação antes de uma possível implementação em larga escala.

Opiniões de Especialistas
O professor e pesquisador Bernardo Soares destacou que, embora a tecnologia possa auxiliar os professores, ela não deve substituí-los. Ele enfatizou que o ChatGPT realiza uma análise objetiva do conteúdo, enquanto os professores compreendem as necessidades subjetivas dos alunos.

Reações e Críticas
A Apeoesp (Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo) criticou a iniciativa, afirmando que a substituição de professores por IA é um “escárnio” e representa um ataque aos direitos dos estudantes e profissionais da educação. A deputada estadual professora Bebel também entrou com uma ação no Ministério Público contra o uso do ChatGPT.

Declarações do Governador
O governador Tarcísio de Freitas afirmou que a tecnologia será um “facilitador” e que o papel do professor continuará sendo central. Ele ressaltou a importância de usar a tecnologia com parcimônia e responsabilidade.