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Tecnologia

Piscicultores aumentam produção com ajuda da tecnologia

O interior de São Paulo é rico em atividades agronômicas, e uma delas é a piscicultura. Em alguns pontos de rios importantes que passam pelas regiões do interior, como o Rio Paraná, Tietê e o Grande, é possível encontrar muitos tanques de peixe, principalmente de tilápia.

Em menos de uma década, a produção no país cresceu quase 50%. Segundo o último levantamento divulgado pela Associação Brasileira de Piscicultura, são quase 900 toneladas de peixes de cultivo registradas. Se compararmos com 2014, quando foram registradas 560 toneladas de peixes cultivados, podemos observar que de fato houve um aumento na produção desses animais.

Produtores têm optado por investir em inovação e tecnologia, o que tem ajudado bastante no aumento da produção dos peixes. Um exemplo é a piscicultura da cidade de Riolândia (SP). Nas águas do Rio Grande é possível encontrar tanques de alto volume, com capacidade para engordar até 80 mil peixes.

O piscicultor de Riolândia Cláudio Masocatto conta que antigamente trabalhava com um tanque no formato de 3×3, com pequenas gaiolas que alojavam no máximo de dois a três mil peixes. No total, eram mil gaiolas que contavam com quase 60 funcionários para o cuidado.

Após investir na tecnologia e na mão de obra especializada, Cláudio optou por trocar as gaiolas antigas por outras tecnológicas nas quais uma gaiola equivale a 25 da antiga. Além disso, o número de funcionários é bem menor, mas a produtividade e o retorno financeiro cresceram bastante.

A maior parte do trabalho é automatizado. Para retirar a estrutura debaixo d’água, por exemplo, é injetado ar nos tambores que ficam submersos e, em alguns instantes, a gaiola fica totalmente fora da água, facilitando muito a manutenção e limpeza dos tanques.

Para retornar a estrutura na água é simples: basta retirar o ar dos tambores, que enchem as gaiolas de água, que ficam submersas novamente.

A parte de alimentação também é automatizada. São cerca de 1.200 quilos de ração que ficam armazenadas em recipientes chamados de silo, no topo do tanque. Embaixo dele fica um dispensador responsável pelo abastecimento dos tanques. É ele que ‘joga’ a ração para os peixes.

A retirada das tilápias também é feita de forma tecnológica. Máquinas são responsáveis por fazer a chamada despesca, uma bomba de sucção dos peixes que estão nos tanques, que passam pela tubulação até chegar às redes. Em seguida, ele é pesado e colocado no caminhão para a venda do produto.

Um outro piscicultor de Rubinéia (SP), Emerson Esteves, relata o quanto ter investido na tecnologia aumentou a produtividade e o cuidado com os animais.

Além de automatizar a alimentação, o manejo com os peixes na hora da vacinação também é automatizado. Antigamente, o trabalho era feito peixe por peixe e o trabalhador tinha que pegar o animal e vacinar. Atualmente, o trabalhador precisa apenas colocar o animal na posição correta nas canaletas, e a aplicação das vacinas é feita pelas máquinas.

A piscicultura é um setor que só cresce e, para continuar evoluindo e lucrando, precisará continuar investindo em inovação e tecnologia.