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Cracolândia: entenda como o tráfico usava hotéis para lavar o dinheiro do crime em SP

Operação Downtown desmantelou esquema de lavagem de dinheiro ligado ao crime organizado

A polícia civil de São Paulo realizou nesta quinta-feira (13) a terceira fase da Operação Downtown, desmantelando um sofisticado esquema de lavagem de dinheiro ligado ao crime organizado que usava uma rede de hotéis e pensões no centro da capital paulista, região da Cracolândia.

A investigação de cerca de um ano identificou que traficantes utilizavam 28 estabelecimentos de hospedagem para armazenar e distribuir drogas, além de camuflar o fluxo de capital ilícito. Esses hotéis e pensões, localizados estrategicamente no centro da cidade, serviam como pontos de apoio logístico para o tráfico de drogas.

De acordo com o Departamento Estadual de Prevenção e Repressão ao Narcotráfico (Denarc), os estabelecimentos operavam como centros de armazenamento de drogas, facilitando a distribuição para diversos pontos da cidade e até mesmo para outras regiões.

Para a polícia, além da função logística, os hotéis desempenhavam um papel crucial na lavagem de dinheiro. O dinheiro obtido com a venda de drogas era introduzido na economia formal através de transações fictícias realizadas por esses estabelecimentos.

O processo de pagamentos e transações financeiras eram efetuados em nome dos hotéis e pensões, disfarçando a origem ilícita dos recursos também envolvia outras empresas controladas por criminosos, que recebiam os valores através de operações financeiras mascaradas.

“O crime organizado lava o dinheiro proveniente do tráfico de drogas utilizando várias pensões e hotéis clandestinos na região central de São Paulo,” explicou o secretário de Segurança Pública de São Paulo, Guilherme Derrite. “A partir desses hotéis, eram realizados pagamentos e transações financeiras para outras empresas controladas por criminosos.”

Fases da Operação Downtown
Nesta terceira fase da operação, 14 pessoas foram presas e mais de R$ 27.000,00 em espécie foram apreendidos. A Justiça também autorizou 140 mandados de busca e apreensão e o bloqueio de 26 contas bancárias de pessoas jurídicas e físicas envolvidas no esquema.

As investigações, que começaram há um ano, traçaram um raio-x do fluxo de capital advindo da prática criminosa, mostrando como o dinheiro ilícito circulava até chegar às empresas controladas pelo crime organizado.

A operação Downtown já havia realizado duas fases anteriores: a primeira, em junho do ano passado, cumpriu 27 mandados de busca e apreensão e resultou na detenção de 33 pessoas; a segunda fase terminou com cinco presos e a apreensão de R$ 43.000,00.