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Fundos estruturados e a gestão de ativos intangíveis como colaterais

Rodrigo Balassiano explica como fundos estruturados podem utilizar ativos intangíveis como colaterais na gestão financeira moderna.
Rodrigo Balassiano explica como fundos estruturados podem utilizar ativos intangíveis como colaterais na gestão financeira moderna.

A gestão de ativos intangíveis como colaterais tem ganhado relevância no universo dos fundos estruturados, impulsionada pela necessidade de diversificação e pela busca por novas formas de lastro. Rodrigo Balassiano, especialista em estruturação de fundos e avaliação de ativos não convencionais, destaca que marcas, patentes, direitos autorais e até créditos de carbono podem ser utilizados como garantias, desde que devidamente avaliados e enquadrados dentro de estruturas robustas de governança. Essa abordagem amplia as possibilidades de captação e oferece alternativas criativas para setores que tradicionalmente não dispõem de ativos tangíveis significativos.

A utilização de ativos intangíveis em fundos estruturados exige uma metodologia de avaliação precisa e validada por especialistas independentes. Diferentemente de imóveis ou equipamentos, cujo valor de mercado pode ser apurado com base em comparações diretas, os intangíveis dependem de métricas que consideram projeções de receita, potencial de uso e contexto competitivo. Isso faz com que a governança seja determinante para evitar distorções de valor e proteger os interesses dos investidores. Quando bem estruturada, a operação pode transformar ativos antes considerados imobilizados em instrumentos líquidos e atraentes para o mercado.

A análise de Rodrigo Balassiano mostra o papel dos fundos estruturados na valorização e gestão estratégica de ativos intangíveis como garantia.
A análise de Rodrigo Balassiano mostra o papel dos fundos estruturados na valorização e gestão estratégica de ativos intangíveis como garantia.

Gestão de ativos intangíveis: critérios de avaliação e mitigação de riscos

A gestão de ativos intangíveis como colaterais começa pela correta identificação do bem e pela análise de sua titularidade, uso e potencial de geração de caixa. Rodrigo Balassiano explica que a verificação da propriedade intelectual, a vigência de registros e o histórico de exploração comercial são etapas essenciais antes de incluir o ativo na estrutura do fundo. Sem essa base jurídica sólida, o risco de questionamentos futuros pode comprometer a liquidez e a previsibilidade do fluxo de caixa do veículo de investimento.

Outro ponto crítico é a avaliação econômica. Técnicas como o método de fluxo de caixa descontado, análise de transações comparáveis e modelagem de royalties são amplamente utilizadas para estimar o valor presente do ativo. Além disso, é necessário definir parâmetros claros para reavaliações periódicas, garantindo que o valor atribuído reflita as condições atuais de mercado. A variação na demanda, mudanças regulatórias e inovações tecnológicas são fatores que podem impactar significativamente o preço de ativos intangíveis.

Para mitigar riscos, é comum que fundos que utilizam esses ativos como colaterais adotem estruturas complementares, como seguros especializados, acordos de recompra e cláusulas contratuais que prevejam substituição de garantias em caso de perda de valor. A diversificação do portfólio de intangíveis também é recomendada, de forma a reduzir a exposição a riscos concentrados em um único setor ou tipo de ativo. Além disso, a supervisão por consultores técnicos e auditorias independentes reforça a credibilidade da estrutura.

A gestão eficaz desses colaterais envolve ainda o acompanhamento do desempenho comercial do ativo. Marcas precisam manter relevância no mercado, patentes dependem da inovação contínua, e direitos autorais requerem proteção contra uso indevido. Nesse sentido, a integração entre gestor, administrador e custodiante é essencial para garantir que as condições contratuais sejam cumpridas e que os ativos preservem sua capacidade de gerar receita ao longo do tempo.

Considerações finais

A gestão de ativos intangíveis como colaterais em fundos estruturados representa uma evolução significativa na forma de captação e alocação de recursos. Essa modalidade amplia as fronteiras do mercado de capitais e oferece novas oportunidades para empresas que possuem ativos valiosos, mas de natureza não física. Rodrigo Balassiano ressalta que o sucesso dessas operações depende de um equilíbrio entre inovação e prudência: é preciso combinar avaliações técnicas rigorosas, mecanismos de proteção e governança robusta para transformar intangíveis em garantias confiáveis. Com uma estrutura sólida, esses fundos podem atrair investidores dispostos a explorar novos horizontes e contribuir para a consolidação de um mercado mais diversificado e dinâmico.

Autor: Yan Chay